Financiamento coletivo: remexendo a maneira de publicar livros

Em março deste ano, Diego Reeberg, co-fundador da plataforma de financiamento coletivo Catarse, fez uma postagem em sua página do Facebook:



Essa estatística com certeza aponta para o novo significado que o crowdfunding (financiamento coletivo) está trazendo para o mercado editorial no Brasil. O objetivo aqui não é comparar um método com o outro, uma vez que a a realidade de uma editora (de médio/grande porte) é bem diferente do que acontece em plataformas de financiamento coletivo. Mas a estatística chama atenção para o fato de que realidades diferentes são viáveis – para objetivos semelhantes ou também diferentes.

O site do Sebrae tem um post bem esclarecedor sobre o que é financiamento coletivo, veja aqui!

Histórias que valem a pena

Recentemente a Luce Editora recebeu o contato de uma jovem senhora interessada em publicar um livro sobre sua história com a cachorrinha Dora e todo o trabalho de proteção animal que ela desenvolveu paralelamente à convivência especial entre elas. A autora ficou emocionadíssima ao receber nossa ligação de retorno ao contato, tendo na cabeça a ideia de que uma editora estava interessada em publicar seu livro. De fato a editora está, mas não nos moldes tradicionais. Explicamos que a publicação "tradicional" não custaria nada para ela, mas tiraria algumas coisas que, para aquela publicação em especial, seriam valiosas: ela "perderia" os direitos autorais para a editora, teria uma série de restrições contratuais para trabalhar com a própria obra (não poderia disponibilizar PDF gratuitamente, por exemplo) e receberia um valor pequeno pelas vendas - sem ter acesso aos números, inclusive.

Considerando a plataforma de financiamento coletivo, o livro seria publicado também sem que a autora tivesse que tirar dinheiro do bolso, uma vez que haveria a captação dos recursos via colaboração de conhecidos e simpatizantes da causa. E teria alguns acréscimos: o envolvimento emocional das pessoas pela história e pelo trabalho da autora, a participação coletiva visando a realização de um sonho, a oferta de algo a mais além do livro (com os brindes que formam as recompensas) e a possibilidade de juntar ao projeto de publicação do livro uma forma de ter mais recursos para, por exemplo, a organização de um mutirão de castração. As pessoas que apoiarem o projeto terão ajudado a materializar a história, ganharão o livro e mais alguns brindes e terão proporcionado condições financeiras para castrar mais animais protegidos pela jovem senhora. Isso ilumina mais o coração, não?


Parceria

O crowdfunding não veio para competir com as grandes e médias editoras, mas para atender uma demanda reprimida e apresentar soluções para ideias fora do objetivo dessas editoras. Além de aproximar o autor de seu público, dar mais autonomia a ele e sua obra, acrescentando emoção e brindes. No entanto, é bom atentar para o fato de que a existência da plataforma de financiamento coletivo não substitui o papel de pessoas importantes do mercado editorial, como o revisor e o próprio editor, que faz uma leitura crítica do livro, dialoga com o autor, prepara o texto, cria um projeto gráfico atraente e específico para o conteúdo, enfim, acrescenta sua experiência ao projeto.

Clique aqui e confira uma entrevista com um autor que encarou o financiamento coletivo.

Diego Reeberg, do Catarse, define bem:
O crowdfunding é sobre você compartilhar sua história e se conectar com quem é tocado por ela. 



Leia também: financiamento coletivo viabilizando sonhos.

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