Inspiração: cartas de uma boneca à sua menina

A orelha do livro diz:
Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular. Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Para acalmar a garotinha, inventou uma história: a boneca não estava perdida, mas viajara, e ele, um “carteiro de bonecas”, tinha uma carta em seu poder que lhe entregaria no dia seguinte. Naquela noite, ele escreveu a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, entregou pontualmente à menina, narrando as peripécias da boneca vividas em todos os cantos do mundo. Inspirado por esta história pouco conhecida de Kafka, contada por Dora Dymant, companheira do escritor na época, Jordi Sierra i Fabra recria as cartas nunca encontradas e que constituem um dos mistérios mais belos da narrativa do século XX. 
Essa descrição me fez comprar o livro Kafka e a Boneca Viajante, de Jordi Sierra i Fabra. Com calma expectativa virei as primeiras páginas. Com um sentimento profundo de gratidão, fechei o livro após ler as últimas palavras. A sensibilidade de Kafka ao inventar a viagem da boneca e se tornar um "carteiro de bonecas" é algo que, por si só, já eleva nossa imaginação e encanta o coração. Mas a maneira como Jordi Sierra i Fabra conta a história e recria as cartas é fabulosa! O livro é leve e a leitura é rápida; a história é doce, inspiradora e emocionante!


Inspiração para viver é inspiração para escrever

O dia a dia é uma fonte inesgotável de inspiração para criar histórias e escrever. Assim como uma boneca pode viajar e enviar cartas para sua menina, uma caneta pode conversar com o escritor e se rebelar, as roupas podem trocar ideias dentro do armário, o liquidificador pode se tornar um ótimo terapeuta. E um anão de jardim pode sair pelo mundo enviando postais dos lugares que visita - uma das várias belas sacadas do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain que, aliás, tem 122 minutos de pura inspiração para a vida e para escrever.

Então assista filmes, leia muito, ouça música, dê uma volta no parque, saia da rotina e observe, observe, observe. Há sempre uma ideia, uma inspiração esperando escondida por aí.

Como disse a escritora francesa Anais Nin:
As minhas ideias não surgem quando estou na mesa de trabalho, mas sim no meio da vivência. 
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